Com 44.705 habitantes, Diamantina é Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade e a principal cidade do Circuito.
Diamantina é uma cidade linda. Reconhecida como Patrimônio da Humanidade em 1999, pela UNESCO, representa uma das mais fascinantes regiões turísticas do Brasil, seja pela cultura popular, expressão arquitetônica ou imponência da natureza que a conferem uma inigualável beleza paisagística. Conhecida como antigo Arraial do Tijuco, Diamantina é a principal cidade do Circuito dos Diamantes, que recebeu este nome devido à ocorrência desta pedra preciosa, muito explorada durante o período colonial.
É marcante a riqueza do subsolo da região diamantina. Além dos diamantes que lhe fizeram a glória no passado há uma grande variedade de ouro e cristais de quartzo, que constitui uma das mais importantes províncias gemológicas do mundo. O relevo é modelado nas rochas do maciço da Serra do Espinhaço em cujos planaltos, braços de serra e cristas a natureza se mostra deslumbrante, criando formas na rocha quartzítica desvendadas pelos olhares mais atentos e imaginativos.
Diamantina está localizada na Bacia do Rio Jequitinhonha e em seus domínios existe uma densa rede de drenagem composta por córregos e cachoeiras. Entre as cachoeiras mais famosas da região estão as dos Cristais e a da Sentinela.
O município possui duas unidades de conservação, sendo uma federal e outra, estadual. O Parque Nacional das Sempre-Vivas abrange a porção centro-oeste do município. Foi criado com o objetivo de assegurar a preservação dos recursos naturais e da diversidade biológica, bem como proporcionar a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação, recreação e turismo.
O Parque Estadual do Biribiri situa-se a 3 km da sede de Diamantina. O Parque abriga, além de inúmeras belezas naturais que envolvem a cidade, importantes registros da história da indústria têxtil mineira. Lá funcionou a fábrica de tecidos, criada em 1876, uma das primeiras comunidades fabris do Estado. A pequena vila de Biribiri é um dos belos passeios dentre tantos outros do entorno da cidade.
Diamantina é um destino que assegura belíssimas paisagens a serem apreciadas e muitas histórias a conhecer. A área urbana possui igrejas dos séculos XVIII e XIX. Diamantina é um importante centro polarizador do Alto Jequitinhonha, exercendo influência sobre a maioria das cidades da região. Possui economia diversificada e o comércio é relativamente bem desenvolvido contando com a participação do artesanato local na figura dos inconfundíveis tapetes arraiolos e dos trabalhos com pedras ornamentais.
Diamantina teve papel fundamental como ponto de interligação de antigos caminhos e estradas de acesso à região e também como passagem de tropas. O Mercado Velho é uma das edificações mais interessantes de hospedagem e convivência dos antigos tropeiros.
Da mescla social e cultural dos descendentes de indígenas, colonizadores portugueses e negros escravos formou-se um riquíssimo acervo na cidade e nos distritos: as edificações e suas técnicas tradicionais, pinturas de forros, o mobiliário, o traçado das ruas, becos, ruelas e praças, os adros das igrejas, chafarizes, soluções arquitetônicas, as clarabóias, os quintais com espécies de árvores frutíferas típicas da região, como, araçá, pitanga, mangueiras, jabuticabeiras e outras várias espécies, desde o século XVIII.
Os sinos das igrejas também compõem um acervo considerável, documento da passagem do tempo de Deus para o tempo do Homem, pela técnica e uso social. O uso do ferro sinaliza o domínio do homem sobre a natureza. Em torno deste instrumento de marcação do tempo constituiu–se a linguagem dos sinos com diferentes toques para situações cotidianas diversas: nascimento, morte, chegada de membros eclesiásticos, aniversários, falecimentos, morte de anjinhos e membros das irmandades, alerta a incêndios e outras situações do dia-a-dia.
Os séculos vividos em Diamantina e região deixaram muitos legados culturais. Um deles, ainda pouco reconhecido, é a atividade do garimpo que gerou modos, regras e uma cultura material, exposta a céu aberto, desde os tempos coloniais. Existem vestígios arqueológicos que sinalizam a ocupação em função da exploração mineral registrada, fisicamente, em beiras de rios, nas ruínas, nos escoramentos de rochas, nos encanamentos feitos com o cedro e outras madeiras de lei, típicas da vegetação local, e, ainda, nos cachimbos de cerâmica, nos cuscuzeiros, nas panelas de pedra, nos fragmentos de utensílios de barro, nas armas de fogo e de corte, nos objetos de couro, etc.
Já o rico artesanato, vendido na cidade, tem origem nas atividades manuais desenvolvidas na sede do município e em alguns distritos, sobretudo produzido pelas mãos femininas: tapetes arraiolos, cerâmica, bonecas de palha de milho, arranjos com flores de sempre-vivas, crochê, tricô, fuxico e outros objetos cuja tematização distancia da cultura regional.
Sobre a rica tradição do ofício da ourivesaria, expressa nas jóias, destacamse peças feitas em coco e ouro, como iniciativa restrita à região. Mas a lapidação de pedras preciosas e semi-preciosas estão em decadência se comparado aos outros tempos. Além da joalheria, produzem arranjos florais, utilizando-se das pedras. A lapidação de pedras está sendo reativada em Diamantina através do Projeto Produzir, uma parceria entre a Prefeitura e o Governo Federal.
A musicalidade é muito forte em Diamantina. As serestas são famosas, com projeção nacional na era JK: os músicos caminham pelas ruas em noites de lua cheia e, descontraídos, cantam sob as janelas. Atualmente, acontece a nova produção musical da Vesperata, com seus novos valores, quando músicos da Banda da Polícia do Estado de Minas e a Banda Mirim tocam das sacadas, regidos por um maestro situado no meio da rua da Quitanda.